colunista do impresso

Interrogações

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Fiquei muito preocupado ao ler, no Diário de 15/05/2020, uma entrevista do Sr. Luiz Fernando Maffini, presidente da Associação dos Transportadores Urbanos de Santa Maria (ATU), em que declara o estado falimentar das empresas de ônibus em nossa cidade. Dos 35 mil km rodados por dia, somente estão rodando 15 mil. Dos 214 ônibus que rodavam, somente 95 em operação. O restante dos 235 ônibus da frota estão estacionados nos pátios das empresas. Mesmo aqueles em atividade transportam lotações reduzidas. Calcula-se que somente 20% dos usuários habituais estão se valendo do transporte coletivo. Pode-se deduzir, facilmente, que a arrecadação diminuiu 80%. Isso é um estado falimentar.

As empresas da ATU empregam juntas 940 funcionários, dos quais somente 340 seguem trabalhando. 600 trabalhadores estão afastados, sofrendo a pressão psicológica da possibilidade de perderem seus empregos. O Sr. Maffini afirma que, neste mês de maio, os salários poderão atrasar e ser pagos parceladamente. Para o mês de junho o pior pode acontecer: - não haver caixa para pagamento. O prejuízo das empresas é de R$ 42 milhões por mês! Face a essa situação, impõe-se a pergunta: Quem subsidiará os custos?

Se não tivermos resposta pronta para esse problema, certamente corremos o risco de ficar sem o transporte coletivo em nossa cidade. A imobilização urbana condenará a população das vilas, na periferia da cidade, a caminharem quilômetros, diariamente, para poder acessar seus locais de trabalho. Essa visão dantesca não é pensamento catastrófico. É a previsão do que poderá acontecer se não forem tomadas medidas resolutivas desde já. Essa é a previsão do Sr. Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) que diz textualmente (Diário de 18/05/2020): "Metade das empresas de transporte no Brasil irão falir e as que ficarem estarão fatalmente endividadas". O governo federal dará uma solução para esse tenebroso problema?

O transporte coletivo em nível mundial é feito pelas companhias aéreas. A televisão tem nos mostrado imensidade de aviões estacionados até mesmo no deserto. Grande número de empresas já faliu e outras mais serão engolidas por esse tsunami que devastou o mundo. Os países que vivem do turismo estão alarmados com suas economias destruídas. O medo da contaminação em ambientes fechados afastou das viagens pessoas que precisam realizar negócios ou viajar por diletantismo. Não se procurou uma solução paliativa, como no caso das armas. Assim como se instituiu a revisão eletrônica das bagagens e dos passageiros, poderíamos ter implantado o exame de temperatura, higienização através de passagem por corredor sanitário, uso obrigatório de máscaras etc., que teria evitado essa debacle internacional. Al Gore e Obama já alertaram, há mais de cinco anos, para essa possibilidade de pandemia. Faltou planejamento entre as maiores potências do mundo?

Todos os responsáveis por respostas dizem que a pandemia vai passar e que é necessário preservar vidas mantendo confinamento social. O prefeito de Nova York noticiou que 85% das pessoas infectadas estavam em confinamento. O confinamento das populações pobres sempre foi uma realidade. Vivem em ambientes reduzidos, desconfortáveis, insalubres, acossados pelo desemprego e pela fome. Agora impedidos até de saírem de suas casas pela ausência de transporte coletivo. Quem responderá por isso?

Estamos em guerra contra um vírus. As mortes sobrevirão. Precisamos de soluções urgentes que solucionem todos os problemas: médicos, sociais e econômicos.

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